viernes, 14 de septiembre de 2007

Do Brasil




Falar do Brasil sem ouvir o sertão
É como estar cego em pleno clarão
Olhar o Brasil e não ver o sertão
É como negar o queijo com a faca na mão

Esse gigante em movimento
Movido a tijolo e cimento
Precisa de arroz e feijão
Quem tem a comida na mesa
Que agradeça sempre a grandeza
De cada pedaço de pão

Agradeça
Clemente que leva a semente em seu embornal
Zezé e o penoso balé de pisar no cacau
Maria que amanhece o dia lá no milharal
Joana que ama na cama do canavial
João que carrega a esperança
em seu caminhão pra capital

Pensar no Brasil sem lembrar do sertão
É como negar o alicerce de uma construção
Amar o Brasil sem louvar o sertão
É dar um tiro no escuro
Errar no futuro da nossa nação

Esse gigante em movimento
Movido a tijolo e cimento
Precisa de arroz com feijão
Quem tem a comida na mesa
Que agradeça sempre a grandeza
De cada pedaço de pão

Agradeça
Tião que conduz a boiada do pasto ao grotão
Quitéria que colhe miséria
quando não chove no chão
Pereira que grita na feira
o valor do pregão

Zé Coco, viola, rabeca, folia e canção
Zé Coco, viola, rabeca, folia e canção
Amar o Brasil é fazer do sertão a capital

Retecliphe Neto

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